Existe risco de o paciente se infectar com o vírus da AIDS durante o tratamento odontológico?
Não, desde que os instrumentais que tenham sido utilizados em pacientes com AIDS tenham sido esterilizados corretamente.
Esse tipo de esterilização é um processo complicado?
Não, pois as estufas de calor seco, que todos nós possuímos, são capazes de promover facilmente a destruição do vírus HIV.
0 vírus HIV é mais difícil de ser destruído que microorganismos causadores de outras doenças?
Não. Felizmente ele é facilmente inativado. O treponema pallidum, causador da sífilis, e o HBV, causador da hepatite B, são bem mais resistentes.
Quais os cuidados que o cirurgião-dentista deve tomar para evitar o contágio?
Além da esterilização dos instrumentos, usar e eliminar, após cada paciente, o máximo possível de materiais descartáveis, como agulha, tubetes anestésicos, luvas, pontas de sugador de saliva etc.
E as brocas, como devem ser esterilizadas?
Elas devem ser lavadas e desinfectadas em soluções químicas de glutaraldeído ou, preferencialmente, esterilizadas em estufa de calor seco.
0 dentista deve usar um par de luvas novas a cada paciente?
Sim, pois a luva é considerada um material descartável e, portanto, deve ser eliminada após cada atendimento.
Através do exame bucal, o dentista pode suspeitar que o paciente tem AIDS?
Sim, pois existem várias doenças na boca que ocorrem preferencialmente em pacientes HIV positivos.
0 dentista pode recusar a atender um paciente soropositivo para HIV?
Legalmente, o dentista pode recusar-se a atender qualquer paciente. Porém, eticamente, ele tem a obrigação de atender o paciente com AIDS em situações emergenciais e de encaminhá-lo a um profissional capacitado, caso julgue necessário.
0 paciente HIV positivo deve informar ao dentista a sua condição?
Sim, pois sendo este um paciente imunodeprimido, alguns cuidados especiais devem ser
tomados com esse paciente, como por exemplo cobertura antibiótica após exodontias.
0 dentista pode solicitar o exame anti-HIV?
Sim, desde que o paciente concorde e tenha o conhecimento dessa solicitação.
Quem corre mais riscos de contaminação no consultório dentário: o dentista ou o paciente?
Embora o risco de contaminação seja mínimo, o dentista, por estar em contato com os fluidos que podem conter vírus, como o sangue e a saliva, está mais sujeito à contaminação.
Orientações sugeridas por Marina H. C. G. de Magalhães – Professora Assistente Doutora de Patologia Bucal e Ney Soares de Araújo – Professor Titular de Patologia Bucal – que são responsáveis pelo CAPE (Centro de Atendimento a Pacientes Especiais).
REVISTA DA APCD V. 49, Nº 6, NOV./DEZ. 1995
Texto revisado pela Dra. Ana Lucia De Colla Varise – Especialista em Dentística Restauradora e Prótese Dentária da ORTOMIX